Hotel Del Luna - Episódio 10

 

JOINHAS E SAUDADES!

No episódio anterior: O Hotel Del Luna se mudou para uma área rural, deixando Chan-sung para trás. Frustrada por deixar seu gerente, Man-wol bebeu todas e acabou conhecendo o Guardião do Poço, uma divindade que fornecia água potável para a população. Chan-sung recebeu a visita do falecido diretor de seu hotel anterior, e com o fantasma dele conseguiu encontrar o novo local do Hotel Del Luna e encarar Man-wol, mas ele também teve que encarar seu maior medo em uma visão ao ajudar o Guardião do Poço. Yu-na e Hyun-joong transportavam os pertences de Man-wol quando Yu-na avistou o fantasma de uma mulher dentro de um carro, o que a levou a descobrir um local onde diversos corpos estavam enterrados, vítimas do PNC, um assassino que faz parte do passado de Chan-sung e sua turma. Investigando o caso, está o policial Park-Yong-soo, a reencarnação do ladrão Yeon-u...

Que comecem... OS JOINHAS! 👍😍

 Olá hoteleiros! Estamos de volta para grandes descobertas e apertos no coração!

 Começamos o episódio na comédia, com o Guardião do Poço inocentemente devolvendo o elixir que o Chan-sung jogou fora após todo um discurso. Coitado do Chan-sung, tava cheio da pose por ter jogado o elixir fora, e o bagulho logo voltou pra ele. A cara dele foi hilária 😆

 Eu jurava que a fonte para onde eles levaram o Guardião era no hotel, foi uma surpresa saber que na verdade era na casa de campo do falecido Diretor. E o Chan-sung acabou trombando com sua antiga chefe, filha do Diretor, que estava acompanhada de sua filha, que não é ninguém menos que a fofíssima Sulli (sério, quem não queria apertar aquelas bochechas branquinhas dela?! 💖) E a personagem da Sulli se chama Ji-eun, isso com certeza não é mera coincidência! No final vamos falar um pouco mais sobre a Sulli, e a relação dela com a Ji-eun.

Seon-bi toma a liderança, mandando uma sequência de joinhas, e usando a barra de especial em caretas! 👍👍👍💣

 Chan-sung provoca a onça com vara curta. Ele imitando a Man-wol foi bem engraçado, e fez ela sentir o gostinho de sua própria arrogância. Mas o Chan-sung logo perdeu a pose ao pedir pra Man-wol contratar ele de volta, até se propôs a fazer um dos desafios do Kim Jun-hyun. 

 O Diretor estava aproveitando pra curtir antes de fazer a passagem, foi até dar umas voltas de moto! Quando ele falou sobre a neta logo vi que ele ia querer casar ela com o Chan-sung, o que não seria uma má ideia, visto que o Chan-sung é um bom partido, cara de bom coração, então nada melhor para o avô do que saber que sua neta estaria com um homem bom. E o Chan-sung também estaria muito bem arrumado, com uma mulher lindíssima, de boa família, e com gosto por literatura como ele. Mas o nosso herói já está com o coração amarrado na megera do pedaço, então infelizmente a doce Ji-eun não teve chance, apesar de ter feito uns bons passeios com o Chan-sung. Pior que o Sanchez conhecia ela do clube de iate! Imagina se o Chan-sung entra em um romance com uma garota, e que ainda por cima tem um iate? A Man-wol viraria fantasma vingativa na hora 😆

 Pelo menos no meio de tudo isso o Chan-sung conseguiu vender o quadro e até conseguiu uma conversa de boas com a Man-wol. A explicação sobre o nome dele foi bem interessante, e chama atenção que o nome dele significa estrela brilhante, enquanto o da Man-wol significa lua cheia, uma bela combinação.

 Toda essa história de casar o Chan-sung com a Ji-eun acabou abrindo espaço pro Seon-bi brilhar. A real é que o Shin Jung-keun é MUITO engraçado! As caras que ele faz e o jeito de falar rendem altas gargalhadas, principalmente quando ele está levando as patadas da Man-wol. Mas o mais engraçado é que vimos ele levando todas aquelas patadas no episódio anterior, e agora que a Man-wol já estava de boas com ele, inclusive com altos elogios, o cara vai lá e faz um trato com o Diretor pra fazer o Chan-sung casar com a neta. O efeito sonoro de trovoada quando a Man-wol descobriu foi simplesmente perfeito, e os dois juntos tem as cenas mais engraçadas! Os joinhas rolaram soltos no episódio 😝

O começo de uma grande amizade!

 Mas se por um lado o romance do Chan-sung e a Ji-eun não foi pra frente, de outro lado tem um romance se formando. Bem que eu falei que no passado tinha rolado uma faisquinha entre o Yeon-u e a vilã da nobreza. Agora que eles não são mais adversários, o policial Park Yong-soo e a Mi-ra podem se conhecer melhor, e a Mago 3 resolveu dar um empurrãozinho fazendo o caminho dos dois se cruzar. Já deu pra ver que a Mi-ra além de caloteira é orgulhosa, foi arrumar desculpa pra pegar o número do cara sem parecer que estava interessada nele. Bem, acho que com isso ela largou de vez o Chan-sung, ela já tá até comemorando que está saindo com um cara bonitão.

 Eu achava que o Chan-sung acabaria encontrando o Yong-soo por causa dos assassinatos, mas acabou sendo por causa da Mi-ra. Ver o rosto do Yong-soo impactou o Chan-sung imediatamente, ele se lembrou daquele que foi tão importante pra Man-wol. Achei legal que não teve enrolação, ele já contou pra Man-wol, e isso rendeu uma das cenas mais emocionantes até agora, com a Man-wol vendo novamente o rosto de seu ente querido. Ela até deu um sorriso carinhoso como aquele que vimos no passado. E o laço entre os dois era tão forte que até mesmo o Yong-soo sentiu algo quando a viu.

O começo de um romance que desafia o passado!

 A treta da vez veio acompanhada de uma baita revelação! Tivemos uma biblioteca assombrada pelo fantasma de uma mulher que não permitia que ninguém tirasse um certo livro da estante. E na verdade a mulher era a mãe do Chan-sung, que não queria que tirassem o livro que estava com as fotos dela com ele! Bem que o meu radar de detalhes ligou quando o Chan-sung estava limpando o quarto e a câmera destacou as fotos dele criança, mas eu achava que isso seria relevante só em outro episódio. Essa pegou o Chan-sung em cheio, a Man-wol até tentou fazer ele tomar alguma atitude, mas o cara tinha ficado muito abalado e confuso. Só depois da Man-wol encontrar o Yong-soo o Chan-sung se lembrou do quanto os laços sentimentais são importantes, e decidiu encarar a verdade sobre sua mãe, com um empurrãozinho da Man-wol, que acabou até levando o hotel de volta para o terreno anterior.

 No momento que vi a cena da despedida, senti falta de ver um abraço entre os dois, e uma conversa mais longa, mas depois que refleti mais sobre isso e revi a cena, comecei a pensar de outra forma. A real é que o Chan-sung e a mãe eram distantes, e ela estando morta não havia como recuperar o tempo perdido. Mesmo que ela ficasse mais um tempo nesse mundo pra conversar com o Chan-sung e ficar mais ao lado dele, não seria a mesma coisa, não teria mais aquele calor de mãe. Esse é um arrependimento que ela não poderia desfazer, apenas aceitar, e ela precisava aceitar o perdão do Chan-sung também. Por isso, acho que apenas os olhares intensos foram o suficiente, para a despedida, só do Chan-sung estar ali no momento da partida dela já é algo muito significativo para os dois. Foi uma cena bem emocionante, ainda mais com toda a composição, e a música que é perfeita para o momento. Olha só a tradução do trecho da música que tocou nesse momento:

A imagem das suas costas indo embora, vista pelos meus olhos

É um sentimento que me faz chorar

Quando outro dia passa

Temo que você ficará mais distante

E tudo que eu tenho é essa palpitação

Não me deixe

Dentro do meu coração, as palavras gritam para você

Não volte para lá

Não desapareça novamente de onde você está

 Os sentimentos estavam lá sim, e bem fortes! Detalhe que tanto essa história do Chan-sung quanto a da Ji-eun com o avô tinham um detalhe em comum, os dois encontraram fotos de seus parentes dentro de um livro.

Uma saudade que sempre existiu, e que sempre existirá 😢

 Nossa, que ódio do maldito PNC! O cara botou o corpo da mulher assassinada no carro do marido dela que estava procurando por ela desesperadamente. Incriminou o cara inocente, fez ele ver a própria esposa morta, e o fantasma dela teve que ver o marido levando a culpa injustamente. Mas ainda bem que a intuição policial do Yong-soo indica que algo não está certo com esse "culpado" que eles capturaram. E também tem a Yu-na, que sabe a placa do carro do PNC.

 Nessa onda do PNC, descobrimos porque o Sanchez tem tanto nojo dele, e toda a revelação só faz a gente ter mais nojo ainda. O cara sacaneou o Sanchez fodidamente, fez a imagem dele ficar mó suja, e ainda tentou fazer ele se suicidar mandando um arma pra ele. PQP, o cara é podre até o limite! Ainda bem que o Chan-sung entrou na história pra ajudar o Sanchez, e nisso já ficamos sabendo como eles se tornaram tão próximos. E pelo que o Sanchez disse, o Chan-sung correu o PNC, então o cara deve ter muita raiva do nosso herói.

 Pior que o PNC não é burro, ele ligou os pontos e começou a suspeitar que alguém do caminhão de mudanças que pode ter seguido ele e encontrado os corpos. E ele descobriu que a entrega estava no nome do Chan-sung! Agora ele tem um motivo pra ir atrás do Chan-sung, vamos ver como vão ser as coisas entre o herói e o vilão, que também deve envolver a Yu-na e o Yong-soo. Putz, isso se o PNC não acabar fazendo algo contra o Sanchez ou a Mi-ra para atrair o Chan-sung pra uma armadilha! Até faria sentido para a série ele fazer algo contra a Mi-ra, porque aí envolveria ainda mais o Yong-soo na história. O vilão pode ser detestável, mas ele já está rendendo boa intensidade pra série!

O poderoso "joinha duplo na cara"! 👍👍💥

 Pra fechar, tivemos um ótimo diálogo entre a Man-wol e o Chan-sung, onde ela disse que ele levou os rostos do passado até ela, e que ela sabe que isso significa que o Chung-myung também vai aparecer, e que esse será o momento mais difícil. Acho que acertar as contas com o Chung-myung é o que a Man-wol precisa para finalmente terminar suas pendências nesse mundo, então provavelmente só veremos ele quando estivermos próximos dos episódios finais, até lá acho que vão focar mais na treta com o PNC, e ainda temos as questões da equipe do hotel pra resolver.

 Só achei a cena do abraço exageradamente longa, pareceu até que queriam deixar a música tocar inteira, pois não vejo outra explicação pra prolongar a cena tanto assim.

 Esse foi um dos episódios que mais gostei, levando algumas emoções ao extremo, desde a emoção de alegria até a tristeza, com um tema de laços sentimentais e saudade. Tivemos desde momentos de dar gargalhadas com algumas das piadas mais engraçadas da série até agora, e tivemos momentos de dar aquela tremidinha nos olhos com encontros e despedidas muito significativas. Estamos com o desenvolvimento do caso do vilão que está bem interessante. E tivemos a participação especial da Sulli, e ver ela em qualquer coisa é bem sentimental pra quem acompanhou a carreira dela, seja na dramaturgia ou na música, ou ambos. E é louco ver como a participação dela veio justo em um episódio que falou muito sobre saudades.

 Até o próximo episódio de Hotel Del Luna! Toma joinhas! 👍👍👍👍

UM POUCO SOBRE SULLI, E A AMIZADE COM JI-EUN

 Assim como a Ji-eun (a de verdade, não a personagem que vimos nesse episódio 😁), Choi Jin-ri, mais conhecida pelo nome artístico Sulli, começou sua carreira artística muito cedo, fazendo trabalhos de atriz ao mesmo tempo que treinava para entrar no mundo da música, e logo chamou a atenção por seu talento, carisma, bom-humor, e beleza. No começo ela fez vários papéis pequenos, incluindo uma participação no excelente filme Punch Lady. Ela debutou como idol em 2009 com o grupo f(x). Descreviam ela como uma pessoa muito carinhosa e bem-humorada, o que pode ser visto em vários vídeos onde ela dá risadas escandalosas e brinca fazendo molecagens com todo mundo. Entre suas molecagens, destaco uma bem divertida de quando ela passou férias em Cuba, onde ela joga futebol no meio da rua com umas crianças, e todos levam esporro de uma senhora 😆. O vídeo ainda está disponível no Instagram dela.

 Conheci o trabalho da Sulli em 2013 ao assistir a série coreana To the Beautiful You de 2012 (uma divertida adaptação do mangá japonês Hanazakari no Kimitachi e), e logo simpatizei com ela e seu belo sorriso. Lembro que eu queria ver mais séries e filmes dela, mas ela estava muito engajada na carreira musical (algo que eu não acompanhava pois grupos de idols não são minha praia) e por isso não estava fazendo filmes e séries com frequência, mas em 2014 ela voltou às telas com The Pirates (disponível no Prime Video) e Fashion King, dois excelentes filmes, e foi ótimo rever a Sulli nas telas. Em 2017 ela estrelou em Real, um dos meus filmes coreanos favoritos, e foi em 2018 assistindo esse filme que me disseram que ela era super amiga da Ji-eun. Aí fui pesquisar, e realmente, lá estavam as duas cheias de histórias. Elas cozinhavam juntas, Sulli mandava fotos zoeiras pra Ji-eun, elas participavam de programas de variedades juntas., e a Ji-eun tem até músicas inspiradas pela Sulli! Peach é uma delas, que Ji-eun escreveu inspirada na Sulli e seu rostinho de pêssego (a própria Sulli chegou a cantar essa música em To the Beautiful You), enquanto Red Queen foi inspirada por um desenho feito pela Sulli. A Ji-eun inclusive pedia opiniões da Sulli quando estava gravando algumas músicas. As duas eram bem próximas, apesar das personalidades diferentes, pois a Ji-eun é mais introvertida e reservada, enquanto a Sulli era mais extrovertida e ousada. Uma pena que essa ousadia da Sulli foi o que a tornou uma figura polêmica. A Coréia é um país muito conservador, e os artistas, mais precisamente os idols, vivem sob costumes extremamente rígidos. Mas a Sulli queria sempre ser ela mesma, então ela se soltava mesmo. Ela gostava de fazer fotos sensuais, e tinha o costume de não usar sutiã, afinal, o corpo era dela e ela fazia o que bem entendia, e ela também tinha um humor bem excêntrico. Mas injustamente a mídia e alguns "fãs" começaram a atacá-la, e ela recebia uma avalanche de ameaças e comentários maldosos que a tiravam pra "vagabunda" e coisas piores, fora os que a ofendiam sem motivo nenhum, o puro cyberbullying. A situação piorou quando foi exposto que ela namorava um homem consideravelmente mais velho que ela, mais um detalhe malvisto na indústria, e que foi explorado pelos haters para atacá-la ainda mais.

 Ela chegou a abandonar a carreira musical em 2015 para focar na dramaturgia e entretenimento televisivo, provavelmente até em uma tentativa de se manter longe da desgraceira do fandom idol. Mas apesar de seu sorriso sempre carinhoso, no fundo ela sofria de uma grave depressão, que só era mais e mais agravada pela infinidade de haters e comentários terríveis contra ela, além de uma mídia que a polemizava em tudo que ela fazia. Era porrada de tudo que era lado. Ela não aguentou tanta pressão e ódio, e em outubro de 2019, ela foi encontrada morta em sua casa, e as investigações confirmaram que foi suicídio. Ela tinha apenas 25 anos.

 Esse caso bombou na mídia, até as redes aqui no Brasil noticiaram o caso, apesar de que sem muitos detalhes. É uma pena que a mídia coreana fez tanto alarde sobre a morte dela, mas quando ela estava viva e precisava de ajuda para expor o cyberbullying, a mesma mídia não ajudou ela, pelo contrário...

 O choque pela morte da amiga fez a Ji-eun adiar seus trabalhos e avisar os fãs de que ela precisava de uma pausa, interrompendo sua turnê e adiando o lançamento de seu novo álbum. Ao retomar seus trabalhos, durante um show ela dedicou a música Love Poem em memória da Sulli. Em 2020, em parceira com SUGA do grupo BTS, IU lançou a música eight, feita com homenagens para a Sulli e o cantor também falecido Kim Jong-hyun. Na parte em animação no vídeo da música, vemos uma garota que representa a Sulli correndo e depois voando com um dragão que representa o Jong-hyun (ele era encantado pelo Pokemon Charmander, por isso o detalhe do dragão). A garota que representa IU está em um avião e derrama uma lágrima ao ver os dois amigos voando para longe. É uma ótima música, e uma bela homenagem!

 A Sulli só queria trabalhar com entretenimento e poder viver do jeito que ela gostava. Ela podia ter um humor diferente do esperado dos padrões coreanos, mas ela não fazia mal pra ninguém, era apenas o jeito dela. Nenhuma indústria ou fandom deve ter o direito de controlar como um artista deve viver, pois pessoas são livres para viverem suas próprias vidas. E é isso que um artista é: uma pessoa, e não um produto. E como pessoas, não dá pra exigir que eles sejam perfeitos, pois isso é impossível. É importante lembrar disso sempre que vemos os rostos e ouvimos as vozes dos artistas que gostamos, e ter em mente que o mesmo sentimento de alegria que nós temos consumindo os trabalhos deles, é o sentimento que eles querem ter em suas vidas também. 

 Sulli partiu cedo demais. É triste saber que não veremos o rosto dela em novas produções. Seus últimos trabalhos foram: O single Goblin, que marcava seu retorno ao mundo da música, dessa vez em carreira solo; O programa de TV The Night of Hate Comments, onde ela e uma equipe falavam sobre haters e os infelizes comentários de ódio, algo que ela conhecia melhor do que todo mundo; E esse episódio de Hotel Del Luna que acabamos de assistir, marcando sua última atuação, e foi por isso que resolvi dedicar esse espacinho pra ela. Já se passaram dois anos que ela se foi, tomara que ela tenha conseguido fazer uma passagem digna das que vemos no hotel da série, encontrando a merecida paz...