Temporada de Primavera 2020: A Conclusão?

Ola povão louco!

Com mais uma temporada encerrada, chega "A Conclusão". Dessa vez com (?)! Quadro onde dou meu parecer sobre os animes que assisti na temporada que acaba de fechar, comentando o que achei das séries e se acho que vale a pena assistir, e também dou uma nota marota de 0 a 10 (basicamente mini reviews). Aqui reúno os animes que terminaram nessa temporada, então aqueles de 24/25 episódios que começaram na temporada anterior estão na matéria, e os de 24/25 episódios dessa temporada que continuam na próxima vão estar na matéria da próxima temporada, e também temos aqueles que foram transferidos de temporada por causa da porcaria do vírus.

Listeners

 Acho que eu não assisti o trailer de Listeners antes de assistir a série, pois foi bem diferente do que eu esperava. Eu achava que seria um anime de música com uns toques Sci-Fi, mas acabou sendo um anime Sci-Fi de mechas com um fundo de música. Esse é um mundo onde a música em si não existe mais, mas ainda há traços de seu conceito (pelo menos foi o que entendi hehehe). O protagonista Echo encontra a outra protagonista, Myuu, que é uma Listener, um tipo de humano que tem um plugue de amplificador no corpo, e ao plugar um amplificador no Listener o aparelho se transforma em um mecha controlado por esse Listener. A partir daí o Echo e a Myuu resolvem viajar pelo mundo para descobrir mais sobre os Listeners, sobre a música, e sobre o lendário Listener Jimi Stonefree, que possui uma curiosa semelhança com Myuu.
 A premissa é até interessante, apesar da "quebra de expectativa" que ocorreu comigo. Há algumas histórias bacanas, no começo os episódios seguem um formato um pouco mais isolado, de histórias fechadas. Mas aí já entra um certo problema, os episódios terminam com ganchos, mas no episódio seguinte a dupla já está em outro lugar um bom tempo depois, e há pistas de que o que tinha ficado para acontecer do episódio anterior aconteceu sem a gente ver! É uma sensação estranha, parece até que você está acompanhando uma série de 24 episódios mas assistindo um episódio sim e um episódio não. Quando isso aconteceu eu até fui ver se eu não tinha dado play no episódio errado, pois senti que perdi algo no caminho. Mas infelizmente eu não estava errado, o formato da série era assim mesmo. Pior que a continuidade da série só entra nos trilhos no último arco, e ironicamente, o último arco é a parte mais fraca da série na minha opinião. Não gostei de como as coisas se encaixaram, e achei que a protagonista Myuu foi desperdiçada em todo o último arco.
 Como a história principal é uma bagunça, o legal mesmo acaba sendo acompanhar as pequenas histórias dos coadjuvantes que aparecem a cada episódio, que na maioria são inspirados em artistas da vida real, tem até um cara que é a cara do Prince que é show demais. Também há um monte de referências ao mundo da música, desde músicas e artistas, até marcas de produtos do mundo da música, como a Marshall Amplification por exemplo.
 O design da série é bem legal e dá bastante personalidade ao mundo e seus personagens. A trilha sonora, como já era de se esperar, é um destaque, muito bem trabalhada e empolgante. Vale destacar a abertura, que tem uma excelente montagem estilo vídeo clipe, e com a empolgante música Into the blue's, que pra mim é fácil a melhor música de abertura dos animes que assisti nessa temporada, impossível não ficar com suas guitarras empolgantes na cabeça.
 No geral, foi uma série que me decepcionou um pouco, esperava bem mais do MAPPA. Não chega a ser ruim, mas seu formato bagunçado e o último arco "méh" atrapalha a narrativa de um mundo que poderia ser bem mais interessante. O que salva um pouco e até pode fazer valer a assistida são as músicas, as referências ao mundo musical, e a bela abertura.
Nota: 5

Jashin-chan Dropckick'

 Fullmoney Alchemist Jashin-chan continua adoravelmente imoral! Mas o que era bom ficou ainda melhor, há uma variedade maior nas piadas, e mergulharam com tudo nas paródias, em alguns momentos lembrou até Gintama hehehe. Legal que não pouparam nem a parceria com a Amazon!  Conseguiram fazer a segunda temporada mais engraçada que a primeira, e mostraram até o passado de algumas personagens, que também foram bem engraçados. Só achei desnecessário o episódio com uma cantoria de quase 15 minutos, mas de resto foi tudo excelente, e curti a abertura estilo shonen. Que venha mais loucuras dessa galerinha inescrupulosa!
Nota: 9

BNA

 Aconteceu! Kazuki Nakashima conseguiu segurar seu roteiro, sem tramas que mudam completamente na metade e trazem ameaças para o universo. Dessa vez, tivemos algo que se manteve em sua proposta do começo ao fim, mesmo que caia em um que outro clichê. Em BNA, acompanhamos a carismática Michiru, uma garota tanuki que se diz humana, e acaba caindo na cidade de Animalia, o abrigo de todos os meio-feras, onde seu caminho acaba se cruzando com Ogami, um meio-lobo que protege a cidade. Michiru se mantêm com sua palavra de ser uma humana, e busca uma cura para sua condição, mas em Animalia ela vai descobrir mais sobre os meio-feras e sua luta por direitos e paz, e vai entender mais sobre seus próprios poderes.
 É uma história que tem um lado político bem presente, dá pra dizer que lembra bastante X-Men, onde os meio-feras fariam o papel dos mutantes da Marvel. Inclusive, algumas partes da trama, com a questão da "cura" para a raça, lembram muito sagas dos X-Men (uma até bem recente). O enredo se mantêm bem e é interessante conhecer mais desse mundo e de seus personagens, ainda mais que os dois protagonistas, Michiru e Ogami, são muito legais, e gostei que por mais que a Michiru se torne mais poderosa conforme entende mais sua "mutação" ela não se torna a protagonista overpower que parece que ela vai se tornar.
 O visual é aquele padrão do Trigger, estilizado e bem animado, é difícil não gostar, e os designs de personagens ajudam muito. A parte visual com certeza é um dos pontos fortes da série!
 Alguns dos mistérios da série são bem previsíveis, o que tira um pouco a força da história, e em alguns momentos há personagens que podem se tornar meio irritantes (principalmente quando surge a rival). E vale dizer que temos um dos episódios de baseball mais divertidos que eu já vi hehehe.
 Eu gostei da série. O ritmo é bom, as cenas de ação são ótimas, a história é interessante, e as questões políticas conseguem não se tornar maçantes. Tem um que outro defeito, tem um que outro momento meio chatinho, mas é um ótimo entretenimento no geral. E a série está disponível na Netflix, inclusive com uma dublagem PT-BR, que eu não curti muito pois achei que a voz do Ogami não combina com o personagem.
Nota: 8

Kaguya-sama wa Kokurasetai? Tensai-tachi no Renai Zunousen

 Esse tinha a difícil tarefa de manter a excelência da primeira temporada, que foi um dos tesouros de 2019. E de fato, cumpriu o dever com louvor! Pois é, tivemos mais 12 episódios de comédia divertidíssima e competente, e Kaguya-sama tem esse dom de fazer a gente rir aos montes, e então jogar um arco que enfia a mão dentro do nosso peito e aperta nosso coração com força. Dessa vez o arco emocionante da vez ficou por conta do Ishigami, que mostrou seu passado, o motivo pelo qual ele se tornou tão fechado, e como isso volta para atormentá-lo, mas dessa vez ele tem pessoas atenciosas do seu lado, e isso resulta em um arco intenso, emocionante, e que como em tudo nessa série, não esquece de nos fazer rir no final. Maravilhoso!
 Ainda tivemos espaço para mais um pouco de desenvolvimento dos protagonistas, a inclusão de uma nova personagem, a Iino, uma garota muito fofa e inocente, e através dos olhos dela podemos ver o quanto a galera do conselho é maluca hehehehe. Não que a Iino não tenha um que outro parafuso faltando também. E tivemos até um desenvolvimento da Haysaka, uma das personagens mais legais da série, mantendo a tradição de que todos os personagens estilo "mordomo" são epicamente fodalhões 😁💪
 Dessa vez a música de abertura não é tão viciante, apesar de ser ótima. E é legal que a abertura é tipo uma historinha, que é até engraçada.
 Então é isso, mais uma temporada maravilhosa dessa série maravilhosa que merece ser assistida por todos, pois é diversão garantida, e diversão é o que mais se precisa nesse momento de preocupações!
 Ah, claro! Tenho que destacar o episódio onde a arte muda para o estilo shoujo mangá para ressaltar o lado romântico e tornar tudo mais bonito, mas só a Chika se mantêm com o visual original, por ser a garota tão errada que ela é 😂😂😂
Nota: 10 e que venha uma terceira temporada pra ontem!

Otome Game no Hametsu Flag shika Nai Akuyaku Reijou ni Tensei shiteshimatta...

Esse anime teve matéria de primeiras impressões

 Esse acabou sendo meio diferente do que eu esperava. Tem coisas que eu realmente acertei, sobre a protagonista ser divertida e de bastante presença, e eu também acertei no possível defeito da série, que é ela roubar os holofotes e acabar deixando os outros personagens meio apagados, pois isso realmente acontece, não é à toa que eu só lembro o nome de três entre os coadjuvantes (que são uns nove). Talvez não só por a Catarina roubar os holofotes, mas também por todos eles terem reações muito parecidas, e todos acabam gostando dela de maneira igual, então pra mim acabou faltando personalidade neles e é por isso que eu os esqueci tão facilmente. Me pareceu que tem muitos personagens só pra gerar muitos ships, coisa que a gente sabe que dá audiência.
 Mas o que fez a série ser diferente do que eu esperava é que eu jurava que seria uma comédia engraçadona com toques de desenvolvimento pessoal e amizade, mas acabou que na verdade a comédia é que é o pequeno toque da história, ela não é o gênero principal. Há todo um senso good vibes com a Catarina e sua plantação, e a forma como a "vilã" é uma boa influência na vida dos personagens, e há um que outro toque de comédia ali no meio desses momentos de ternura. Inclusive, aquela interação entre a vilã e a protagonista que eu esperava que seria o ponto mais engraçado e explosivo  nunca aconteceu, pois foi tudo sempre ternura entre elas, infelizmente hehehehe.
 O ponto forte da série realmente é a protagonista, que pra mim carregou a série nas costas, até porque ela é a única que é engraçada, e eu assisti Hamefura procurando uma comédia. O mundo do jogo até que é interessante, mas não é tão explorado pois há muitos personagens e eles acabam sendo priorizados. E sim, todos os personagens têm seu desenvolvimento, mas isso não faz deles legais, na minha opinião.
 É uma série agradável, bem mais família do que eu esperava (beeeeeeem mais). É gostosinha de assistir, mas não é bem o que eu queria, pois eu estava mesmo era querendo ver barraco hahahahaha! Pra quem procura algo bonitinho com muitas shipadas (sério, shipadores vão adorar esse anime) e que rende uma ou duas pequenas risadas em cada episódio é com certeza uma boa pedida. Mas se você procura comédia pra dar risada alta vale mais a pena investir o tempo em Jashin-chan e Kaguya-sama.
 Já confirmaram uma segunda temporada onde eu realmente não sei o que pode acontecer, já que a série pareceu bem concluída, então provavelmente vai ser só pra alimentar mais shipadas. Mas pretendo assistir, mesmo não sendo o que eu esperava.
Nota: 7

Nami yo Kiitekure

 Adoro quando temos animes que focam em personagens adultos, e esse entregou exatamente isso. Aqui acompanhamos o dia a dia de Minare Koda, uma mulher que trabalha em um restaurante e adora extravasar. Certa noite, após se separar de seu namorado, ela enche a cara e acaba desabafando com um radialista chamado Kanetsugo Matou, e logo depois ela descobre que ele usou sua história de separação em um programa humorístico na rádio, e após invadir a rádio para tirar satisfações, ela acaba envolvida nesse mundo do radialismo, onde ela pode dar umas extravasadas.
 Essa premissa me lembrou um pouco um dos meus seriados favoritos, Maravilhosa Sra. Maisel, que também tem isso da mulher que se separa e acaba descobrindo uma vocação ao extravasar em uma noite, e acho que isso já ajudou a fazer eu gostar desse anime. A Minare é divertida e representa a típica adulta desajustada, e ao longo da série conhecemos outros personagens bem interessantes, e todos com personalidades distintas (nesse eu lembro o nome da maioria hehehe). Há uma pegada meio slice of life de trabalhadores que eu gostei muito.
 Mas apesar de ter um estilo slice of life, a série ao mesmo tempo é bem louca, e algumas partes até acabam sendo meio confusas, pois na hora a gente não sabe que aquilo é a Minare contado uma história, um bom exemplo disso é logo que o primeiro episódio começa, onde a Minare aparece enfrentando um urso, e automaticamente você pensa "WTF?! Não era pra ser uma anime sobre rádio?!". Esse tipo de coisa acaba se repetindo ao longo da série, e apesar de dar uma certa confusão, acaba sendo engraçado, ainda mais quando você descobre que algumas dessas pirações são reais (!).
 Há referências sobre personalidades japonesas que podem ser confusas para quem não conhece muito sobre o showbiz japonês, eu mesmo boiei em algumas delas. Mas entendê-las não é importante para acompanhar o ritmo da série, que se foca mais é nas vidas dos personagens e nos bastidores do radialismo. Por falar em radialismo, é legal ver como algumas coisas funcionam, há toda uma gama de termos que eles usam, porque determinados tipos de programas vão ao ar no horário x, entre outras coisas. Pra quem quer saber mais sobre esse meio, é interessante assistir a série e ficar ligado nesses detalhes.
 Para uma série que não se utiliza de ação, eu fiquei surpreso com a qualidade gráfica. Os desenhos são muito bonitos e a animação é fluida, é uma produção bem caprichada, e isso é muito agradável aos olhos. E também há um agrado aos ouvidos, pois a música de encerramento, Pride, é maravilhosa! Se Listeners tem a melhor abertura, Nami yo Kiitekure certamente tem o melhor encerramento. Já está na minha playlist! 😍
 Eu peguei o hábito de assistir esse no comecinho da madrugada, antes de dormir. Não sei porquê, mas dava uma sensação legal, talvez fosse como escutar o programa da Minare no horário de transmissão hehehe.
 Então está aí um ótimo e divertido anime sobre o dia a dia de adultos excêntricos. Pra quem quer sair um pouco dos animes bonitinhos e das pancadarias dos shonens, é uma ótima pedida. E ao acompanhar, não esqueça de sempre torcer para o cara mais legal da série, Chuuya, se dar bem na vida 😁
Nota: 9 e no aguardo de uma continuação!



 E assim encerramos a conturbada temporada de primavera de 2020! A coisa não foi fácil, fato. Foi muito triste ver alguns animes promissores sendo interrompidos, e a sensação de incerteza sobre todos os animes que ainda estavam em transmissão também não foi agradável, saber que a qualquer momento aquele que você estava curtindo poderia ser interrompido. Como eu já comentei em outra matéria, isso afetou muito o andamento do blog, e continua afetando, pois a programação da temporada de verão 2020 também está conturbada, entrou e saiu anime da grade tantas vezes que eu simplesmente desisti de tentar fazer a matéria de guia dos animes da temporada, pois a cada um que eu adicionava, tinha que alterar ou apagar três. Complicado!
 Mas enfim, no final das contas tivemos alguns animes que não pararam, e com isso deu pra fazer a matéria A Conclusão, que é uma das que mais gosto de fazer aqui no blog. E nessa temporada deu para acompanhar música sci-fi, dar mais risadas com humor imoral, conhecer um mundo animal, acompanhar mais das maluquices de um conselho estudantil despirocado, torcer pela vilã, e se divertir nas ondas do rádio. Então dá pra concluir a temporada com um sorriso no rosto e um chute no vírus.

 Dos que eu estava assistindo e seguem para a próxima temporada ou data indeterminada estão Appare-Ranman, Bungou to Alchemist, Fruits Basket 2, Fugou Keiji: Balance Unlimited, Shokugeki 5, e Railgun (de novo). Nossa, olhando agora, são vários! Me ferrei hahahaha!!

Aaaah, o maravilhoso episódio 7! 😂